Gravando CD com Músicas Infantis!


Gravando? É isso aí! Finalmente comecei a gravar as músicas infantis... Já são mais de 15 anos desde que compus a primeira música para crianças. Desde então, sempre que toco e vejo uma criança dando risada com essas músicas, um pai vem falar que o filho não para de cantar uma música que o filho ouviu na igreja, ou alguém me pergunta se eu já gravei essas músicas, me dá um aperto no coração, pois sei que essas músicas não vieram ao mundo à toa.
Estas músicas foram compostas por mim ou por amigos, mas todas mantém uma linha central: falam da bíblia de forma divertida.
São músicas muito especiais: são divertidas em primeiro lugar, e abordam temas e histórias bíblicos, só que com uma linguagem acessível e engraçada. A história de Abraão não vem com palavras como "Abraão, o pai da fé", mas usa termos como "Abraão Barbudão". A história de Jonas vem com a reflexão poética: "Eca! Eca! Três dias na barriga do peixe junto com essa meleca!". Esses são alguns exemplos de como as músicas conectam diretamente com as crianças, sem aquela cara de "conteúdo educativo". Para saber mais sobre como enxergo o assunto "Entretenimento X Educação", leia este artigo!

O estúdio de gravação

Recentemente meu irmão (Mateus Kerr de Oliveira) montou um Home Stúdio (estúdio caseiro, mas bastante profissional em sua execução). Na construção da sua casa, ele já construiu um cômodo preparado para isso: paredes mais grossas e mais densas para evitar o vazamento de som para fora (não incomodar vizinhos com a barulheira), ou de entrar sons de fora para dentro (som de chuva, cachorros latindo, crianças gritando, etc não podem aparecer na gravação), além do tratamento acústico: as paredes internas do cômodo são forradas com materiais diversos que ajudam a refletir os sons de algumas frequências, absorver o som de outras, e assim, criar um ambiente com um som agradável.
Veja uma foto de como é o ambiente interno do estúdio:
Foto panorâmica do home-studio: da esquerda para a direita - parede de madeira, quina de espuma (bass trap), parede de pedra irregular, outro bass trap, espuma intercalada com madeira, e computador e monitores de som. No centro uma bateria sobre um tapete, alguns microfones e violões.
O acabamento interno do estúdio foi todo feito pelo meu irmão: com todo o cuidado, carinho e paciência, ele mesmo assentou as pedras na parede, instalou a madeira, colou a espuma e colocou um acabamento cerâmico irregular na outra parede, que não aparece na foto acima. O som do ambiente é agradável: não é aquele ambiente extremamente seco, nem com muito eco.

Já dei aula em uma faculdade que tinha um estúdio "dito" profissional que era completamente recoberto com espuma (incluindo o teto), material que absorve as frequências mais altas. A sensação de entrar no estúdio dessa faculdade era de estar com o ouvido entupido: você não se ouvia direito e o som era morto, seco, sem reflexões, e as frequências mais baixas se sobressaíam em relação às outras.

O tratamento acústico do estúdio tem que ser planejado para que as frequências sejam refletidas de forma igual, sem gerar harmônicos e outros efeitos indesejados. Nesse ponto, o estúdio do Mateus está com um som bem legal e, ao menos em uma análise subjetiva, reflete o som de forma ideal.

Os equipamentos

Vivemos uma época em que está muito barato ter o equipamento básico para um home-studio: um computador, uma interface de som e um microfone. Antigamente era necessário ter um computador com vários discos, ou discos muito caros para suportar gravar várias faixas ao mesmo tempo, e as placas de som boas eram muito caras, além de que os microfones de qualidade eram inacessíveis.

Hoje existe muita concorrência entre os fabricantes, as melhores tecnologias já foram copiada pelos novos fabricantes, e as marcas mais consagradas tiveram que abaixar seus preços para concorrer.

O computador de estúdio hoje em dia não precisa ser nada especial, dependendo do que você quiser fazer. Em geral existem duas grandes limitações: o processador, que limita a quantidade de plugins que podem ser executados em tempo real, e a velocidade do disco rígido, que limita a quantidade de faixas que podem ser lidas/escritas ao mesmo tempo. Meu irmão está usando um notebook desses mais baratos no padrão do mercado brasileiro: processador i3, memória de 4Gb e disco rígido de 500Gb. Confesso que em alguns momentos é um tanto quanto sofrível rodar um projeto com guitarras no Amplitube, compressores, analoguers, reverbs, delays, etc. Então tudo deve ser usado com cautela e sabedoria!

Interface

A interface é o dispositivo que recebe o som dos microfones e instrumentos e transforma em um sinal digital de qualidade. A interface que estamos usando é a Tascam US-1800, uma interface USB 2.0. Você conecta ela na porta USB do computador, e pode gravar até 16 canais simultâneos. Apresenta Phantom Power e muitos canais pré-amplificados. Esta é uma interface muito versátil, com uma ótima relação custo/benefício. Na maior parte do tempo estamos trabalhando com 2 ou 3 microfones ao mesmo tempo, mas na hora de gravar as baterias, usamos uns 8 mics.
Interface USB com 16 canais: Tascam US-1800.

Microfones

Vários microfones estão sendo utilizados, conforme a necessidade. Para boa parte dos trabalhos, incluindo vozes e violão, estão sendo utilizados dois Marshall MXL-990, conforme a necessidade do esquema de microfonação (por exemplo, um MXL-990 na boca do violão, e um MXL-991, que é mais direcional, na casa 12 do violão).
Microfone condensador MXL-990

O Mateus tem vários outros microfones, incluindo um kit específico para microfonar bateria, sendo alguns bem mais direcionais, outros específicos para grave, e uma das surpresas foi um microfone nacional que imita o clássico Shure SM57: o Arcano A-57. Depois de ler alguns reviews recomendando o produto, meu irmão comprou esse microfone (há alguns meses foi comprado por R$50,00... por esse preço vale a pena correr o risco de comprar uma porcaria, né?!) . Para nossa surpresa, o microfone responde muito bem em várias frequências, apresentando apenas alguma resposta fora do esperado nas frequências altíssimas, no hiss (aquele agudinho chiado do som de S), acrescentando um pouco de densidade extra aos chiados, mas algo que só especialistas percebem, passando como um legítimo SM-57 por muitos técnicos profissionais.
Já a durabilidade dele não é lá essas coisas... uma queda e a cápsula já se soltou do corpo... aí meu irmão abriu, soldou e tudo continuou funcionando bem.
É um Shure SM-57? não é a imitação nacional, o Arcano A-57!

O software de gravação

O assunto de software é polêmico: alguns defendem o uso de software pirata, outros defendem que só devemos utilizar software livre. Eu não vou a nenhum dos extremos: sou contra o software pirata, mas prefiro pagar por alguns softwares ou usar softwares gratuitos em alguns casos. Defendo o uso legal do software mais barato possível, desde que mantenha a qualidade do trabalho.
Sobre o sistema operacional, pessoalmente gosto de trabalhar com Windows. Já trabalhei com Linux, OSX, DOS, etc... e por já estar acostumado, o ritmo de trabalho no Windows já é um fator positivo para mim, mas o principal é a quantidade de aplicativos, e também a estabilidade dos programas.

Parece contraditório falar isso, principalmente para quem fez Ciências da Computação na USP (ambiente que defende Software Livre, e Bill Gates é demonizado), mas a prática tem me mostrado que os softwares presentes em múltiplas plataformas costumam ser mais estáveis no Windows, provavelmente pela quantidade de usuários testando os produtos, enquanto que no Linux o suporte é muito fraco, e exige muito conhecimento técnico, e no Mac a quantidade de softwares é muito limitada.

O software de gravação veio junto com a interface é o Cubase LE5. Não é lá dos mais completos, nem dos mais famosos, mas é superior a qualquer opção gratuita como o Audacity e outros, com suporte a plugins VST e interface poderosa.

Uma característica que me agrada muito é a possibilidade de trabalhar com edição não-destrutiva. Isso significa que se eu acrescentar 3 efeitos em uma pista, posso retirar qualquer um deles a qualquer momento, e o arquivo original é preservado. O contrário disso acontece com softwares de edição destrutiva, como é o caso do Audacity: você aplica um efeito e ele modifica o áudio. Se aplicar um próximo efeito, ele é colocado em cima da última modificação. Se eu quiser retirar o primeiro efeito, tenho que ir desfazendo meu trabalho e retirar todos os efeitos. Na edição destrutiva, se eu salvar o projeto com um efeito aplicado sobre uma faixa, não posso mais retirar o efeito, e a faixa original é perdida. No Cubase LE, a pista original é sempre guardada, possibilitando voltar atrás em qualquer etapa, a qualquer momento.
Cubase LE: software de gravação multipistas com edição não-destrutiva e suporte a VST.

Recentemente comecei a trabalhar com uma versão demo do Reaper, que tem se mostrado muito legal, e talvez eu compre e use num próximo projeto!

As seções de gravação

Nas primeiras seções fomos gravando as músicas com poucos instrumentos. A ideia era de num primeiro momento gravar algo mais próximo de voz e violão do que de uma big band, começar pequeno e captar a essência das músicas, para já ir mostrando a cara do projeto, e assim buscar ajuda com arranjos e uma gravação mais produzida, porém com uma música gravada já vimos que tínhamos toda a estrutura necessária para produzir algo mais completo.
Fomos então gravando Voz, Violão, Guitarra, Baixo, Ukulele, Bateria, Percussão, e mais no final do projeto tivemos ajuda externa: o agora nosso amigo Fábio Guedes Silva, maestro da Assembléia de Deus Ministério Madureira de São Carlos começou a nos ajudar com arranjos de metais, teclados, pianos e back vocals.

Abaixo algumas fotos das primeiras seções de gravação:
Mateus e Jônatas - Registrando o momento com meu super brother!

Selfie?!? Só para mostrar que estive lá! hehehe
Mateus tocando Cajón para a primeira versão da música "Faraó X Moisés", que posteriormente foi regravada num estilo big-band, com bateria, metais, etc.
Alguns microfones: em primeiro plano o MXL-990, abaixo à esquerda um MXL-991, e no cajón um A-57.
Gravando violão para a primeira versão da música "Faraó X Moisés"

Gravando voz para a música "Faraó X Moisés"
E já temos uma data para a finalização do CD! Estaremos com os CDs na cantata de natal da Assembléia de Deus Ministério Madureira de São Carlos - SP. Privilegie o evento e leve um dinheirinho para ajudar nosso ministério!

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